sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fotos da contação de histórias na Paraliteratura

Ó, gente amiga que me recebe, peço licença para começar...



No tempo em que bode era cheiroso...
                                                                                                   Foi assim!

Verdade! Não é mentira, não!

Gostoso demais (também) é receber os abraços depois... Alguns deles:

(Sílvia)


(Família Joandre Melo)


(Sandra e Lucilaine)

(Ângela Xavier, Maria Fernanda e Ana Luísa - faltou a Terezinha...)

(Turma de Letras da Fapam)

MUITO BOM!!!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Vem aí a 2ª Paraliteratura, feira de incentivo à leitura

Começa na próxima quinta-feira, 9 de setembro de 2010.


Veja a programação:

(Clique nas imagens para ampliá-las)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Especial “Era uma vez…” Revista Nova Escola

Revista Nova Escola disponibiliza edições especiais de contos, poesias, crônicas, lendas e fábulas:




Muito bom!!!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Participação no Montanhas de Histórias - Simpósio Internacional de Contadores de Histórias

Foi muito agradável participar da edição Simpósio Internacional de Contadores de Histórias em Ouro Preto.

Marcilene, minha amiga e também contadora de histórias, e eu chegamos na cidade na quinta-feira, 05/08, pela manhã. Aquele lugar é mágico!

Fomos diretamente para as oficinas. Na parte da manhã, fizemos oficina com a brasileira Nícia Grillo; na parte da tarde, com Beatriz Monteiro (foto), uma artista espanhola fantástica que nos mostrou os segredos dos contadores de histórias. Beatriz é coordenadora e fundadora da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos e é um espetáculo.
 
Na noite de quinta-feira, tivemos o privilégio de assistir à palestra de Geeta Ramanujam (Índia), também coordenadora da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos. Muito interessante!
A Marcilene e eu ao lado da Geeta!
 
 
  Mas, antes de Geeta subir ao palco, José Bocca nos presenteou com um conto africano que conta a origem das histórias na Terra.

 
Sexta-feira á noite, estivemos na  mesa-redonda "Personalidades mineiras contam histórias",  com apresentação da simpática Roberta Zampetti (Brasil das Gerais) e participação da contadora de histórias Hulda Matos, do  humorista Carlos Nunes, do escritor Olavo Romano e do músico Chiquinho
 de Assis. Nossas personalidades fizeram muito bonito!



O Carlinhos Nunes quase matou o povo de rir! Ele é bom demaissss!!!!!

"Olha" nós com ele!!!



Sábado, 10, 11 e 12 horas teve "Pátios Encantados", narrações de histórias com contadores brasileiros e estrangeiros em pátios de igrejas.  Como tínhamos que preparar a apresentação que faríamos à noite, fizemos uma pausa para prestigiar pelo menos um dos pátios, que foi o terceiro. Pudemos assistir Martin Ellrodt (Alemanha) e Rosana Mont’Alverne (MG - Brasil). Muito bom!!!


1.
2.
1. Eu com Martin; 2. Rosana Rosana Mont’Alverne  entre Marci e eu.

No sábado à tarde, houve exibição de filme e lançamento de livros, mas não pudemos ir pois nos preparávamos para nos apresentar...

Ao chegar a noite, fomos para a Minimaratona de contos, da qual participaríamos. Estava um frio tremendo!


Nossa apresentação, que estava marcada para as 20h40min, se adiantou um pouco e, por volta das 20h30min, entramos em cena, sob  luzes ouropretanas.

INCRÍVEL!!!


 
Após a apresentação: felicidade!!!


Além de Marcilene e eu, outra moradora de Pará de Minas, Lucilaine (Dona Joaninha), marcou presença e arrasou!

Tivemos o prazer de encontrar no simpósio a grande escritora pará-minense Terezinha Pereira, apreciadora da arte e da cultura, que, acompanhada de seu marido, foi prestigiar o evento.
Foi ótimo encontrar o Glauter (Glauter Picolé), amigo contador de histórias de Angra dos Reis...

reencontrar Almir Mota (Fortaleza), que havia conhecido no simpósio do Rio, em 2004, e nunca mais tinha visto.

E conhecer muita gente interessante... Como Nícia e o marido...


 Rosilda e seu husband  Alekos

E Saionara, Aldanei, Gustavo, Pedro, Pitucha, Alessandra e mais um monte de gente legal (pena não termos tirado fotos com todos).

Ficarão boas lembranças desse encontro! Ano que vem, terá mais!

Deixo um abraço especial para todas as pessoas que conheci no simpósio! Até a próxima!!!

Carmélia Cândida

terça-feira, 3 de agosto de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Aquarela - Toquinho

Uma preciosidade esta animação da música Aquarela, de Toquinho:

terça-feira, 20 de julho de 2010

Oficinas no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias em Ouro Preto

Data: dias 5 e 6 de agosto, das 9 às 12h

Carga horária: 6 horas

Número de vagas: 25 (vinte e cinco)

Local: Escola Estadual Dom Pedro II – Rua Senador Rocha Lagoa (popular “Rua das Flores”), s/nº – Centro – Ouro Preto (MG)


1-OFICINA: “O processo criativo na arte de contar histórias”
Ementa: É uma oficina criada especialmente para desenvolver o potencial criativo, aprimorando a capacidade de leitura, raciocínio, pesquisa e comunicação, tendo como material básico os contos tradicionais coletados de fontes originais. A metodologia surgiu em 1980, através da experiência com grupos de contadores de histórias.

Instrutora: Nícia Grillo (Brasil)
Arte-Educadora com formação e experiência educacional multidisciplinar no Brasil e exterior. Foi precursora do Movimento de Educação através da Arte e, desde 1980, vem desenvolvendo o projeto “Aprendendo com Histórias: o processo criativo na arte de contar histórias”. É autora e organizadora de diversos livros, entre os quais se destaca “Histórias da tradição sufi” (Edições Dervish). É co-fundadora da Escola de Arte Granada em São Pedro da Serra (RJ).


2- OFICINA: “Escrever: Manual de Técnicas Narrativas”
Ementa: Um encontro com leitores e leitoras interessados na criação literária e na literatura infantil e juvenil. A oficina vai abordar o ofício do escritor, a gestação e criação do livro, os recursos da criatividade e o trânsito da oralidade à escrita.

Instrutor: Enrique Páez (Espanha)
Nascido em Madri, atualmente vive em Tenerife. Possui Licenciatura em Literatura Hispânica pela Universidade Complutense de Madri e Doutorado em Teoria da Literatura. Trabalha como editor e professor de Língua e Literatura espanhola em vários níveis educacionais em Madri e Nova York. Entre 1993 e 2008 dirigiu o Atelier de Escrita em Madri com sete especialidades: relato breve, personagem, técnicas narrativas, romance, roteiro de cinema, poesia e narração de histórias. É coordenador e fundador da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos.

3- OFICINA: “Palavras e ritmos: dos saltimbancos medievais aos narradores do século XXI”
Ementa: É um experimento para mostrar como as histórias podem interagir com outras artes, como fizeram os saltimbancos medievais e como ainda fazem alguns narradores populares na África, Europa e América do Sul.
Observação: o aluno deverá levar, para a oficina, instrumentos musicais e de percussão.

Instrutor: Alekos (Colômbia)
É colombiano, mas vive em Barcelona, Espanha. Contador de Histórias para crianças e adultos; seus espetáculos integram palavra, música e imagem. É também ilustrador de projeção internacional e autor de vários livros, alguns premiados. Coordenador da RIC – Red Internacional de Cuentacuentos.

4- OFICINA: “Como se forma um narrador oral na África”
Ementa: A oficina irá abordar o valor da palavra e a transmissão oral, as manifestações cotidianas da oralidade na África e as instituições que mantêm viva a palavra, além de técnicas da narração oral tradicional.

Instrutor: Boniface Ofogo (Camarões)
Nasceu em Bogondo, uma aldeia do interior da República dos Camarões, lugar onde a tradição oral era a única forma de transmissão de conhecimentos. Chegou à Espanha em 1988 e, desde 1992, trabalha como Contador de Histórias, atividade que tem desenvolvido por todo o mundo em escolas, bibliotecas, teatros e festivais.

5- OFICINA: “Contar histórias: tecnologia educacional integrada ao ensino”
Ementa: Com uma experiência de mais de 49.000 educadores formados na arte de contar histórias, a indiana Geeta Ramanujam vai mostrar, nessa oficina, a importância da utilização das histórias como uma tecnologia educacional integrada ao ensino.

Instrutora: Geeta Ramanujam (Índia)
Coordenadora da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos, é narradora de contos, professora e em 1998 fundou a Escuela Kathalaya, na Índia, onde formou mais de 49 mil contadores de histórias. Foi professora e bibliotecária durante 28 anos em Bangalore.


DATA: dias 5 e 6 de agosto, das 14 às 17h

Carga horária: 6 horas

Número de vagas: 25 (vinte e cinco)

Local: Escola Estadual Dom Pedro II – Rua Senador Rocha Lagoa (popular “Rua das Flores”), s/nº – Centro – Ouro Preto (MG)



1-OFICINA: “Contar Histórias na sala de aula”
Ementa: um olhar sobre as múltiplas linguagens da arte até a narração oral. Como se trata de uma oficina essencialmente voltada a educadores, alguns pontos serão ressaltados: a leitura como um elemento que influencia e promove o desenvolvimento humano; vivências lúdicas e práticas pedagógicas como auxiliares da imaginação, do raciocínio, da convivência, do poder da palavra e da inclusão social.


Instrutora: Sandra Bittencourt (Brasil)
É contadora de histórias, pedagoga, atriz, especialista em Ensino Especial, Arte-educação e Literatura Infantil e Juvenil. Participou da seleção de livros para o “Cantinho de Leitura” e da Organização de Bibliotecas pelo Estado de Minas Gerais, em parceria com o Banco Mundial. Desenvolve trabalhos de consultoria e assessoria para editoras. Foi curadora do 9º Encontro das Literaturas de Belo Horizonte, em 2008.


2- OFICINA: “Os segredos dos Contadores de Histórias”
Ementa: Oficina teórica e prática para aperfeiçoar-se na arte de contar histórias e descobrir seus segredos.


Instrutora: Beatriz Montero (Espanha)
Autora do Livro “Los secretos del cuentacuentos” e coordenadora e fundadora da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos. Filóloga, teórica da narração oral, contadora de histórias e escritora. Professora de narração oral no Atelier de Escrita em Madri, na Universidade Popular Rivas-Vaciamadrid e em Centros de Professores na Espanha.

3- OFICINA: “Ler e Contar histórias para crianças e jovens”
Ementa: A importância de contar histórias para as crianças e jovems. Aspectos a considerar quando selecionamos contos para o público infantil e juvenil. Seleção do repertório, preparação da história e busca do narrador interior, descobrindo recursos próprios para emocionar, provocar e deleitar.

Instrutora: Alicia Barberis (Argentina)
Contadora de Histórias e Coordenadora da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos. É escritora e professora especializada em Educação pela Arte. Coordena oficinas literárias para crianças e jovens desde 1993 e ministra cursos de mediação de leitura. Participou, como dramaturga, em projetos da Dirección Nacional de Teatro y Secretaría de Cultura da Argentina.


4- OFICINA: “Sua criatividade: acordada ou adormecida?”
Ementa: Uma oficina bastante prática e experiencial. Os participantes vão mergulhar em processos individuais e grupais que lhes permitam desenvolver o seu potencial criativo latente.

Instrutor: Diego Parra (Colômbia)
Coordenador da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos. Escritor, contador de histórias desde 1992 e consultor de empresas. Fundador da Producto Interno Bruto Producciones e da Katharsis, empresa de consultoria em criatividade e inovação com sede em Bogotá – Colômbia.


5- OFICINA: “Espaços de Contos”
Ementa: O mundo está cheio de contos. Só temos que andar com os olhos abertos pela casa, pela rua, pelo campo, e os contos surgirão. Por que aquela velha poltrona tem o tecido rasgado? Como o fóssil de uma rosa está incrustado nessa parede? A oficina vai refinar nossos sentidos para as histórias que nos cercam. Vamos encontrá-las e contá-las.

Instrutor: Martin Ellrodt (Alemanha)
Coordenador da RIC - Red Internacional de Cuentacuentos. Trabalhou vários anos como ator e com teatro de marionetes antes de descobrir, em 1991, a narração cênica como a sua verdadeira vocação. Administra o portal www.erzaehlen.de, que é uma plataforma de comunicação para os narradores de língua alemã.


Para inscrever-se, entre em contato com o Instituto Cultural Aletria, por telefone (31) 3296-79-03, durante horário comercial, ou por e-mail aletria@aletria.com.br, informado qual são as oficinas que você deseja participar, seu nome completo, telefone de contato e e-mail.

Fonte: www.aletria.com.br

Ouro Preto sediará Simpósio Internacional de Contadores de Histórias!!!

O Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, que acontece há nove anos no Rio de Janeiro, este ano terá também uma edição superespecial em Ouro Preto - MG. De 29 de julho a 1º de agosto, será realizado o simpósio no Rio (Sesc Copacabana). Em Ouro Preto, a abertura do evento será no dia 30 de julho, e a programação seguirá até 8 de agosto em diversos espaços.

Serão diversas atrações, todas gratuitas: oficinas, mesas-redondas e muitos, muitos espetáculos de narração de histórias, reunindo artistas de diversas partes do mundo.

O Simpósio é idealizado pela narradora e produtora cultural Benita Prieto. Em Ouro Preto, será realizado pela Prieto Produções Artísticas em parceria com o Instituto Cultural Aletria e a Secretaria de Cultura e Turismo daquele município.

Sem dúvida, um presente para nós, mineiros, tanto para contadores de histórias como para apreciadores da arte.

Site oficial do simpósio: http://www.simposiodecontadores.com.br/

No Rio de Janeiro: Histórias sem Fronteiras, Histórias em rede
Em Ouro Preto: Montanhas de Histórias

João e Maria - Chico Buarque e Nara Leão

                              

Animação da bela música João e Maria, de Chico Buarque e Nara Leão, feita por alunos da Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como trabalho da disciplina de Informática na Educação, orientada pelo professor Rogério. (Informações obtidas no youtube).

Lindo trabalho! Vale a pena conferir! Parabéns aos criadores!


sexta-feira, 5 de março de 2010

Era uma vez… uma linda coletânea de histórias para você!

Coletânea organizada pela contadora de histórias Carmélia Cândida.  São 36 contos selecionados e    caprichosamente   dispostos   num   único     volume.  Foi  muito    bem   feita  e resultou   num material  lindo!   É  um presente para contadores de histórias e agentes de leitura!
É só imprimir e encadernar!
(Sugestão: imprimir no papel vergê colorido)
Esperamos que gostem!



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O pescador, o anel e o rei


                                                     Conto popular - Música e adaptação: Bia Bedran


Era uma vez um velho pescador que vivia cantando:
Canto: Viva Deus e ninguém mais / Quando Deus não quer / ninguém nada faz.

Mesmo quando sua pesca não era boa, ele cantava com muita fé e alegria a sua cantiga.
Canto: Viva Deus e ninguém mais / Quando Deus não quer / ninguém nada faz.

Um dia, o rei daquele lugar soube da existência do pescador e quis que ele fosse à sua presença, por não admitir que Deus podia mais que tudo no mundo... Esse rei era tão poderoso e orgulhoso, que achava que podia até mais que o próprio Deus!
E lá foi o pescador, subindo as escadas de tapete vermelho do palácio, cantando:  Viva Deus...

Diante do rei, o pescador não mostrou medo algum, e ainda reafirmou sua fé, cantando a mesma cantiga.
Então o rei disse:
Rei: Vamos verse Deus pode mais que eu, pescador!
Eis aqui o meu anel. Vou entregá-lo aos seus cuidados!
Se dentro de 15 dias você me devolver o anel, intacto, você ganhará um enorme tesouro, e não precisará mais trabalhar para viver.
Porém, se no 15° dia você não voltar com o anel, mando cortar a sua cabeça! Agora vá embora...
O pescador foi embora e na volta pra casa, cantava: Viva Deus...

Quando chegou em casa entregou o anel para a mulher que prometeu guardá-lo a sete chaves. Deixe estar que isso não passava de um plano do rei, que logo mandou um criado disfarçado de mercador, bater na casa do pescador, quando esteja havia saído para pescar.
Criado disfarçado: Ó de casa!
A velha senhora abriu a porta.
Criado: Minha senhora, sou mercador. Vendo e compro anéis. A senhora não teria aí pelas gavetas um anelzlnho para me vender? Pago bem!
E mostrou muito dinheiro.
Velha: Não tenho não senhor. Aqui é casa de pobre. Não tem anel nenhum não.
Mas a velha ficou surpresa com tanto que o homem mostrava.
Acabou caindo na tentação, e vendeu o anel!

No fim do dia, o pescador voltou pra  casa cantando:  Viva Deus...

...Quando chegou em casa, soube do que havia acontecido e ficou desesperado.
Pescador: Mulher! Você não vendeu o anel não; você vendeu minha cabeça!
E foram correndo procurar o mercador pela floresta, pela estrada, pela praia, pela aldeia e nada...
Claro! À essa altura, o criado disfarçado de mercador já estava longe, e havia jogado o anel em alto mar, a mando do rei, para que nunca mais ninguém pudesse encontrá-lo.
E: o tempo foi passando...
Décimo dia...
O pescador, triste continuava cantando: (mais lento) Viva Deus...
Décimo primeiro dia...
E o pescador cantando e pescando...
Canto: (ainda mais lento) Viva Deus...

Até que no penúltimo dia, o pescador chamou a mulher e disse:
Pescador: Mulher, eu vou morrer... Amanhã, minha cabeça vai rolar. Vamos nos despedir, com uma última refeição. Farei uma boa pescaria. E lá foi o pescador, tristemente, cantando sem parar sua cantiga.
Canto: Viva Deus... (muito triste)

Pescou 50 peixes, 49 ele vendeu no mercado, e 1 levou para mulher preparar.
Ela caprichou no tempero e fez no fogão de lenha, aquele peixe que seria sua última ceia junto com o marido depois de tantos anos. Mastiga daqui, chora dali, pensa de lá, e de repente...
Pescador: (Se engasgando) O que é isso? Mulher (cospe o anel).
Eu não disse que Deus pode mais que todo o mundo?
Canto(bem animado): Viva Deus...

O pescador limpou o anel, e correu em direção ao palácio. Subiu a escadas de tapete vermelho cantando, fez uma reverência para rei, que perguntou todo poderoso:
Rei: E então, pescador? Aonde está o meu anel?
E o pescador, vitorioso:
Pescador: Está aqui, meu rei!
O rei ficou boquiaberto! Não conseguia acreditar...Teve de entregar o tesouro para o pescador. E até o rei teve que cantar:
Canto: Viva Deus e ninguém mais / Quando Deus não quer / Ninguém nada faz.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA*

"O mundo é um livro sem texto, criado a partir da palavra. Dizendo-se faça-se a luz, a água, a terra, o caos se curou. Livro sem texto onde me vejo elaborando orações, apaziguando as imensas emoções percebidas nesse mar de linhas e horizonte de eternas leituras. Desde o início em que me lembro, leio ininterruptamente suas páginas, recorrendo a todos os meus sentidos, acrescentando ainda o fantasiado, na tentativa de me acalentar frente a tão imenso mistério. E sobre esse remoto livro sem texto – invenção original primeira – busco atribuir significado a tudo que ultrapassa meu pouco poder. Freqüentemente, incapaz de decifrar os enigmas, recorro ao imaginário, resgatando elementos para me proteger diante de tamanha intensidade. E só a palavra me inscreve. "(QUEIRÓS, 1996: 23)

Esse é o início do texto “Ouvir Histórias… Ler o mundo”, do escritor Bartolomeu Campos Queirós. Nele, Bartolomeu compara o mundo a um livro sem texto criado a partir da palavra. Diz que desde o início lê ininterruptamente suas páginas buscando atribuir significado a tudo que ultrapassa seu pouco poder.

O texto ilustra bem o papel que a literatura desempenha na vida da criança. Bartolomeu relata seus primeiros contatos com a palavra, sua relação com as histórias que ouvia – no caso, seus primeiros contatos com a literatura,no caso, a oral.

Começa falando da leitura do mundo (muito anterior à da palavra escrita), mais especificamente da complexidade da tarefa da criança em compreender/ler o mundo cujos significados ela precisará construir ao longo de toda sua vida: “Nascer foi receber, sem aviso prévio e de uma só vez, todo o livro onde o firmamento está ilustrado com estrela, sol, lua…” (QUEIRÓS, 1996: 23) e conta como foi “legendando” o “livro sem texto”, no caso, através dos contos que ouvia: “cada história me trazia novos entendimentos. Elas clareavam meus jovens pressupostos”. (QUEIRÓS, 1996: 24)

Um dos papéis da literatura é ajudar a criança a compreender o mundo e a si mesma, a construir sentidos para a vida. Lidando com a imaginação, com a fantasia - faculdades que a criança domina bem - e contando com o arranjo artístico da linguagem, a literatura fala diretamente ao inconsciente da criança, explicando para ela coisas que não conseguiria entender de outra forma. A história de Joãozinho e Maria, por exemplo, pode mostrar à criança que ela é capaz de enfrentar (e vencer) o medo; que, mesmo estando numa situação difícil, com inteligência e discernimento ela poderá achar uma solução.

Através da literatura, a criança entra em contato com emoções, sentimentos e questões existenciais: “em suas narrativas afetuosas eu descobria o contraditório, o medo, o desejo, o ódio, a insegurança, sentimentos comuns a todos nós”. (Queirós, 1996: 24). E, de acordo com o escritor Ricardo Azevedo , esses são assuntos “sobre os quais não tem cabimento dar aula”:

“… a morte, a busca do auto-conhecimento, a amizade, a alegria, os afetos, as perdas, o desconhecido, o imensurável (o gosto, o prazer, o amor, a beleza etc.), a busca da felicidade, a astúcia, o ardil, os sonhos, a dupla existência da verdade, a relatividade das coisas, a injustiça, o interesse pessoal versus o coletivo, o livre arbítrio, a passagem inexorável do tempo, o paradoxal, o conflito entre o velho e o novo etc.” (Azevedo )

Outro fator importante é a questão do desenvolvimento da criatividade. A literatura explora muito a sensibilidade, a imaginação; e as crianças que crescem em contato com a literatura – tendo sua sensibilidade e imaginação exploradas – conseqüentemente se tornam mais capazes de imaginar. E imaginar é pensar, é raciocinar - o que leva tanto à criatividade quanto à criticidade.

Poderíamos falar ainda de outros atributos da literatura, mas os citados já a configuram como indispensável na vida da criança.



*Esse texto é parte do artigo "A LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO
DO LEITOR COMPETENTE", produzido por Carmélia Cândida em parceria com Denise Maria Silva Rufino como trabalho de conclusão do curso de pós-graduação "Alfabetização e Letramento", da Unincor - Universidade Vale do Rio Verde.

O coqueiro encantado

      Muito longe daqui, numa pequena povoação, vivia antigamente um pobre padeiro. Esse padeiro tinha um filho. Roberto era o seu nome , mas todos o conheciam por Betinho. Direi que Betinho era um menino esperto, obediente e trabalhador.
         Um dia, Betinho, depois de fazer sua tarefa (arrumar a casa e varrer o quintal), foi dar um passeio por uma grande mata que havia perto de sua casa.Ora, junto da estrada, havia um velho coqueiro. Notou Betinho que o coqueiro estava cheio de formigas.
         -Que pena -pensou Betinho - essas formigas são bem capazes de matar esse coqueiro.
          E, apanhando dois galhos secos, começou a bater nas formigas e tanto bateu, tanto bateu, que elas fugiram. Quando Betinho havia acabado de salvar o coqueiro, livrando-o das formigas, ouviu vozes no meio da mata. Que seria?
          Betinho era curioso e resolveu espiar. Foi bem devagarinho, pé ante pé, escondeu-se atrás de uma árvore e espiou. Era de assustar o mais valente. Debaixo de uma grande figueira avistou Betinho uma mulher, muito velha, vestida de preto com uma vassoura na mão. Compreendeu Betinho que a velha do vestido preto era uma feiticeira. E diante dela estavam três bichos: um macaco, um porco e um tatu. A feiticeira falava:
Lá, lá, lá,
Vamos começar.
Lá, lá, lá,
Vamos começar!
             E, nisso, o macaco apontou para o lugar em que se achava o Betinho:
             - Rum! Rum! Rum!
             A feiticeira voltou-se e avistou o vulto de Betinho. E gritou furiosa: 
             - Vamos agarrar aquele menino! 
             Ao ouvir aquelas palavras, Betinho correu para a estrada e, mais que depressa, subiu no coqueiro.A feiticeira chegou junto do coqueiro e gritou alto:
Desce coqueiro
que eu quero
pegar o filho do
padeiro!
            O coqueiro foi diminuindo, diminuindo, mas quando a velha de preto ia agarrar o Betinho, ele, tremendo de susto, implorou:
-Sobe coqueiro
que eu te livrei
do formigueiro!
             O coqueiro, ao ouvir a voz do menino, cresceu, cresceu, cresceu e levou o menino lá para cima. A feiticeira gritou:
-Desce
c oqueiro
que eu quero
pegar
o filho do padeiro.
             O coqueiro foi diminuindo, diminuindo, até ficar deste tamanhinho. Mas quando a feiticeira ia agarrar o Betinho, este, assustado gritou:
-Sobe coqueiro
Que eu
te livrei
do formigueiro!
             O coqueiro, ao ouvir a voz do seu amigo, cresceu, cresceu, cresceu, ficou tão alto, que o menino, lá em cima, parecia pequenininho.Vendo a feiticeira que não conseguia agarrar o menino (pois o coqueiro descia e subia de novo) chamou o macaco de disse-lhe:
-Vem macaco
Matreiro
sobe no coqueiro
e traz de lá de cima
o filho do padeiro.
            O macaco resolveu subir no coqueiro, mas quando chegou no meio do coqueiro este começou a tremer, a tremer tanto que o macaco caiu, de quatro no chão. A feiticeira, furiosa, bateu com a vassoura no macaco e o macaco fugiu para o mato. A feiticeira chamou, então, o tatu:
-Vem tatu
do salseiro
derruba
este coqueiro
e tira lá de cima
o filho do padeiro.
            O tatu começou a cavar o chão para derrubar o coqueiro. De repente uma raiz do coqueiro saiu de dentro da terra, bateu com tanta força no focinho do tatu, que o tatu rolou tonto pelo chão no meio das pedras e depois, roncando de dor, fugiu para o mato.Então a feiticeira chamou o porco:
-Vem porco
porqueiro
derruba
este coqueiro
e tira lá de cima
o filho do padeiro.
             O porco quis roer o pé do coqueiro, mas o coqueiro tinha a casca tão grossa que quebrou os dentes do porco. E o porco grunhindo de dor, fugiu para o mato.A feiticeira, vendo que não conseguia agarrar o menino, começou a atirar pedras e mais pedras. O coqueiro, porém, balançava de um lado para o outro, de modo que a feiticeira não acertava no Betinho. 
             Mas Betinho, com aquele balanço, estava ficando tonto e já estava cansado. Vendo que o coqueiro era seu amigo, disse baixinho:
-Coqueiro
coqueirinho
meu amiguinho
só de brincadeira
atira um coquinho na feiticeira.
               Ora, o coqueiro largou, lá de cima, um côco e acertou bem no cocuruto da feiticeira. O côco fez: "Pum!". E saltou para cima como uma bola! A feiticeira soltou um grito e fugiu para o mato e nunca mais apareceu. Aí, então, o coqueiro foi-se abaixando, abaixando, e Betinho saltou para o chão. 
               E desse dia em diante, tornou-se Betinho amigo não só do coqueiro como de todas as árvores, pois ele sabia bem que as árvores , boas, são úteis e protegem os meninos.

Fonte: A Arte de Ler e Contar Histórias de Malba Tahan, Editora Conquista, 1961

Macaquinho


Macaquinho
Toda as noites o macaquinho passava pra cama do pai e ficava mexendo, e pulando, e dando chute, e não deixava o pai dormir.

Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Porque você não volta pra lá?

Macaquinho - Por que eu tô com frio.

O pai macaco cobriu o macaquinho com lençol, mas depois de um tempo lá estava o macaquinho de novo na cama do pai,
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?

Macaquinho - Por que eu tô com fome.

O pai macaco deu mamadeira pro macaquinho, mas não adiantou. Depois de um tempo, já tava de novo na cama do pai.

Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho - Tô com vontade de fazer xixi.

Cada dia o macaquinho dava uma desculpa: medo, cama apertada... até que um dia ele falou a verdade.

Macaquinho - Eu quero ficar na sua cama porque fico com saudades de você.

Aí o pai macaco entendeu. E começou a brincar com o macaquinho todas as vezes que chegava do trabalho, ao invés de só ver televisão. O macaquinho ficou todo feliz e nunca mais passou pra cama do pai. E nunca mais o pai macaco precisou cantar:

Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?

  
Ronaldo Simões Coelho. Macaquinho. Belo Horizonte, Lê, 1985
Adaptação: Nick Zarvos e Bia Bedran



A Margarida Friorenta


Era uma vez uma linda margarida num jardim. Quando ficou de noite, ela começou a tremer. Ela estava com frio! Aí, passa a borboleta azul e resolve ajudar a Margarida. Acompanhe o que acontece com essa florzinha, veja como ela se livrou do frio que nunca acabava.

Lindo texto de Fernanda Lopes de Almeida ilustrado por Lila Figueiredo (Editora Ática). Ideal para educação infantil e para séries iniciais do ensino fundamental.


Menina Bonita do Laço de Fita - Imprescindível!!!


Esse livro é uma preciosidade da nossa literatura infantil. Todo contador de histórias, professor, agente de leitura, pais que oferecem livros para seus filhos têm que conhecer. 

É a história de uma menina linda, linda, pretinha, que usa sempre fitas coloridas no cabelo. Na história da menina tem um coelho branco que acha ela  a pessoa mais linda que ele já viu... É uma narrativa simples, fluida, apaixonante e muito agradável.

Excelente para educação infantil. Muito boa para usar com com crianças das séries iniciais do ensino fundamental.

Menina bonita do laço de fita, escrita por Ana Maria Machado e ilustrada por Claudius, é uma publicação da Editora Ática. Teve sua 1ª edição no ano de 2000.

Obs.: Ao fazer uma pesquisa para saber o ano da 1ª edição do livro para este post, encontrei o texto de Menina Bonita como base para questões banais de interpretação em uma prova... Fico muito triste ao ver a beleza de textos serem perdidas em trabalhos como esse. Lamentável.